segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ex-amor.


Sinceramente, sei como se começa uma carta para um amor, mas não tenho bem certeza de como se começa uma carta para um tal de ex-amor. Agora eu digo ex porque, em mim, esse sentimento realmente não está mais em primeiro plano, todas as lembranças de momentos bons que construímos juntos parecem fazer parte de um passado tão, mas tão distante que nem me pertence mais. Parece algo que eu tenha visto em algum filme meio ''holliwoodiano'', e que como um filme, teve o seu final. Bom, você agora é esse tal de ex amor porque eu não lembro direito de como era quando você representava a ''razão dos meus dias'', eu só sei que você significava isso pra mim, só não me recordo como eu me sentia isso. Eu sei que era bom e coisa e tal, mas nós meio que desaparecemos nas lembranças; agora eu vejo isso de fora. Não fui cúmplice de nada. Fomos protagonistas de uma história da qual agora eu sou apenas telespectadora. E eu te amei tanto, e me decepcionei tanto, que já não me lembro como eu fazia isso. Agora eu sou a garota que ri e brinca com você como era antes de tentarmos complicar a simplicidade de uma relação fiel. Traímos uma amizade pra atraírmos amor e veja no que deu. O resultado foi dois amigos se tornando estranhos um para o outro, mas agora nos reencontramos e nos reconhecemos. Confesso, meu bem, que as vezes, quando você abraça alguma menina na minha frente eu sinto uma coisinha lá dentro de mim dizendo ''espera aí, quem é essa vadia? eu não gosto disso!'', mas é uma voz fraquinha, tão fraquinha que se eu virar pro lado, rir do nada, brincar com a minha sombra ou cantar, a voz se torna inaldível lá dentro, e não me encomoda. Eu nem sei mais, nem lembro mais de como é sentir aquele ciúme enlouquecedor de você, mas eu sei que sentia. Você vê a complexidade disso tudo? Eu desaprendi a sentir depois de ter de me acostumar a não te amar. É estranho, não acha? Você me ensina a amar e quando você saiu daqui do lado eu desaprendi, mas acho que foi bom desaprender, porque quando você saiu, eu fiquei um bom tempo te esperando voltar, e eu chorei tanto, sofri tanto, e doeu tanto, mas tanto, que parecia que... não lembro mais. Era bom, acabou, machucou e agora to boa de novo, mas ainda, as vezes, a voz fraquinha diz que sente sua falta. A voz fraquinha não entende que eu não sei sentir, nem amar, nem lembrar, e isso tudo é porque quando você foi embora eu desaprendi a ouvir coisas que não me levam pra frente. Só ouço á mim.

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