sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Joguinhos de quem não sabe amar.


Um amigo meu leu um dos meus textos e me perguntou se era pra alguém de verdade ou se era um fruto da minha imaginação, um alguém inventado. “É pra alguém de verdade”. Aí ele me perguntou o que essa pessoa tinha na cabeça. “Acho que deve ter um cérebro”. Então, esse amigo me perguntou se a pessoa para quem eu escrevia os textos tinha coração... “Deve ter... eu acho”. Claro que o músculo que bombeia o sangue, ta lá, bonitinho, batendo no peito dele, mas o coração simbólico, digamos assim, aquele que dizemos ser o responsável pelo amor, aquele que a gente desenha em cartinhas e que a gente faz com as mãos, esse coração aí acho que ele não tem, e se tiver, não sabe como usar. Ele bem sabe como iludir e quebrar corações alheios e sabe, também, guardar os sentimentos dele em algum canto intocável, inacessível, então, ninguém nunca chega lá. Ele não deixa, e quando a gente pensa que conseguiu, ele ri e mostra que não. Mostra, demonstra e game over pra você. Isso mesmo. É game over porque você não irá passar de um joguinho. A vida dele é isso, um jogo, você será apenas uma peça mais ou menos interessante que apareceu no meio do caminho. Só que assim, jogos normalmente têm instruções e manuais. Algo que te guie. Esse não tem. Você corre, e corre, e luta, e acha que vai dar certo, só que não dá. Você segue a sua intuição só que ela nem sempre te dá a direção correta pra seguir, e nesse caso, você acaba sozinha numa rua sem saída. Ele vai passar reto e talvez esbarre em outras peças mais ou menos interessantes. Ele já cansou e esqueceu das peças antigas, que assim como eu dobraram, arranharam, perderam a cor e a importância – que já não era grande.

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